bodas de prata

VÍDEO: Cia. Retalhos de Teatro completa 25 anos atuando e inspirando novas gerações

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Falar do teatro na Cidade Cultura sem citar a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Edmundo Cardoso, Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan (Emaet), Victorio Faccin e o Teatro Independente Universitário (TUI) seria impossível. Desses braços, surgiram diversos grupos teatrais. Entre eles, a Cia. Retalhos de Teatro, que completa, na próxima segunda-feira, 25 anos de atuação nos palcos, ruas, ônibus, escolas e hospitais de Santa Maria. Referência para os novos e já experientes artistas do Coração do Rio Grande, a trupe liderada por Helquer Paez é reconhecida nacionalmente e acumula mais de 200 prêmios em festivais de teatro. Vamos abrir o baú de memórias de um dos grupos mais antigos em atividade em Santa Maria e ouvir artistas e especialistas a respeito dessa história.

ATO I - O INÍCIO

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Como o nome já entrega, a origem do grupo veio do material usado para compor o figurino do primeiro espetáculo apresentado. O ano era 1995, e o estudante de teatro Helquer Paez, junto com os colegas (foto acima) Joice Aglae Brondani, Fernando Michelotti, Daniela Varotto, Esmeralda Frizzo, Josilene Maders, Camilo Scandolara e Bando Marques montava o que seria o primeiro espetáculo da companhia que viria a formar. Uma adaptação de Romeu e Julieta, chamada Goiabada com Queijo, seria o espetáculo de conclusão de curso de Paez. A montagem ainda contou com cenografia de Jarbas Parise, iluminação de Nara Maia e produção de Lúcia Royes Nunes. O ator conta que a solução para o figurino veio de casa. 


- Meu avô era vendedor de tecidos, então sobravam amostras e ele nos deu. Nós, do grupo, juntamos e costuramos os tecidos e, assim, surgiram os figurinos e o nome da Cia. Confeccionamos muitos fuxicos, afinal, era uma montagem popular - recorda Helquer.

Daniela Varotto, 46 anos, que hoje integra o corpo de professores do curso de cênicas da UFSM, diz que, desde o início, o trabalho foi desafiador, e que a primeira montagem já rendeu frutos.
- A proposta do Helquer era que montássemos o espetáculo a partir da linguagem do palhaço, trabalhando com acrobacias e sem fala. Trabalhamos durante muitas horas, primeiramente pesquisando as linguagens, a criação das personagens e do roteiro que pudessem dar conta da história que queríamos contar sem falar - lembra a atriz.

A doutora em Educação Lúcia Nunes, 52 anos, que hoje é professora no Centro de Educação da UFSM, lembra do início e do dia em que o grupo descobriu os retalhos do avô de Helquer, Hector Paez, em Rosário do Sul:
- No porão da casa do avô dele, havia muitos restos de tecidos, amostras, que quando vimos, ficamos maravilhados. Foi aí nesse momento que nasceu o nome "Retalhos de Teatro".

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Lúcia relata que a formação do grupo se deu em função da montagem final para o Curso de Artes Cênicas, mas também nasceu dos anseios, sonhos e aspirações de jovens diretores, atores e atrizes em participar do cenário nacional de teatro:
- O grupo era de jovens artistas sonhadores e amantes das artes da cena. Havia uma alegria, uma vontade de mostrar a Cia Retalhos a Santa Maria, ao Rio Grande do Sul, ao Brasil. A Retalhos era uma energia de atrizes e atores em suas diferenças culturais, suas inseguranças, maturidades, imaturidades, aprendizagens, e, acima de tudo, uma vontade imensa em fazer teatro!

Helquer relembra que a primeira apresentação, em 14 de setembro de 1995, teve público de 1,2 mil pessoas assistindo e, a segunda sessão, 800 pessoas, no Itaimbé Palace Hotel:
- Foi um grande sucesso. Um mês antes da estreia, apresentávamos pequenas cenas para divulgação do espetáculo em boates, bares, ônibus, lojas, no Restaurante Universitário, no Calçadão e em festinhas de aniversário.

Em outubro do mesmo ano, a Retalhos levou Goiabada com Queijo para o primeiro festival de teatro, conquistou o prêmio de melhor espetáculo e passou a chamar a atenção.
- Ainda em 1995, fomos para o Festival Estadual e vencemos. Em 1996, fomos ao Festival Regional Sul, em Marília (SP), e também ganhamos. Seguimos para o Festival Brasileiro de Teatro que, naquele ano, foi em Erechim (RS). A atriz Eloína Ferraz, coordenadora do Instituto de Artes Cênicas do RS, na época, nos assistiu e se encantou pela Cia. Retalhos. Virou nossa madrinha. Ela nos levou para vários festivais de teatro como convidados. Também participamos do projeto "Caminhos do Prata", pelo qual viajamos 1996 inteiro por várias cidades do Uruguai, finalizando a temporada com grande sucesso em Montevidéu - lembra o ator.

ATO II - RECONHECIMENTO

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Além de atuar nos palcos, a Cia. Retalhos ganhou novos espaços. Uma das ações mais conhecidas da companhia é o projeto Passageiros da Alegria, que existe há 19 anos, e é financiado pela Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria (LIC-SM). Um espetáculo móvel que visita escolas, hospitais, asilos, praças e até embarca em ônibus pela cidade. O diretor da empresa de ônibus Expresso Medianeira e presidente do Sistema Integrado Municipal (SIM),Victor Saccol, recorda o começo do projeto Passageiros da Alegria, e orgulha-se da atividade ter transcendido os ônibus e ganhado, também, escolas, hospitais, creches e asilos. 

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- Abraçamos o projeto há anos. Começou como uma atividade voltada à comunidade e que ganhou reconhecimento nacional no programa de qualidade da Associação Nacional de Transporte Público. Na época, pensamos em levar um pouco de arte para os passageiros que não tinham o hábito e nem condições de ir ao teatro. Então, pensamos, em levar o teatro para dentro do ônibus. O Helquer e sua turma ficaram superinteressados e os Passageiros da Alegria passaram a se apresentar. É uma alegria ver que, anos depois, o projeto ainda existe, agora, visitando hospitais, escolas e entidades. Deixou de ser um projeto do Expresso Medianeira e ganhou a cidade. É uma atividade muito importante para incentivar a cultura, gerar interesse do público e gerar empregos. E, claro, levar alegria para as pessoas - avalia.  

Alexandre de Carvalho, 44 anos, arquivista e integrante da Comissão de Humanização do Hospital Casa de Saúde, fala que o trabalho é um momento de alívio para alguns pacientes:
- Eles vêm fazer intervenções musicais. As crianças adoram e os outros pacientes também. Percebemos um resultado muito interessante. Quebra um pouco o clima sério do hospital. É um trabalho muito legal. Eles têm um diferencial que é a intervenção com música. Eles já vieram algumas vezes. Normalmente, a gente não avisa, para causar esse impacto de surpresa e festa. Nem todos os quartos podem receber, mas geralmente é uma alegria muito grande poder ter esse recurso de tempos em tempos.  

PÓS-PANDEMIA  

Helquer conta que esse é um projeto que ele cultiva com muito carinho há quase 20 anos e que é um exemplo da importância do papel da arte na sociedade. O diretor lembra que aprendeu a tocar acordeon com a sua mãe, Olga, para o espetáculo A Hora da Estrela e até hoje usa o instrumento nas apresentações dos Passageiros da Alegria.
- Esse projeto é uma grande escola de vida para nós que atuamos. Estar nesses lugares e dar um pouco de luz e alegria para essas pessoas não tem preço.  

Agora, com a pandemia, o grupo está adaptando as apresentações para que cheguem a todos os lugares em formato de lives pelo celular. Julio Cesar Aranda, 29 anos, está na companhia e na trupe dos Passageiros desde 2011 e é companheiro de Helquer desde 2012. Para ele, o projeto é um momento de aquecer o coração e de elevar os sentimentos da alegria até a tristeza.
- Passageiros é amor. É turbilhão de cores, sentimentos sorrisos e lágrimas que passam pela nossa alma em cada intervenção. Me mantém vivo como artista, sensível. Mas tem seu lado doloroso. Todo ano, vamos ao Lar das Vovozinhas, assim como em outras instituições. Lá, eu conheci a dona Marieta. Ela era cega, mas via o mundo através dos olhos do coração. Quando retornávamos, sempre era aquele medo de chegar lá e ela não estar mais, mas ela sempre estava. Até que, ano passado, ela faleceu. Assim como os Passageiros da Alegria, dona Marieta, com certeza, cumpriu sua passagem na terra, levando muita alegria para quem a conhecia, inclusive a mim - lembra o ator. 

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A assistente social no Lar das Vovozinhas, Liciara Melissa Prass, destaca a importância das passagens do grupo pelo asilo. Para ela, é um dos principais atrativos para os idosos hospedados na casa. 

- Os Passageiros da Alegria sempre trouxeram para as nossas vovós o que realmente almejam: alegria. Cada momento deles, aqui, na instituição, é um verdadeiro espetáculo de sorrisos. Isso tem um enorme valor pois um momento de alegria propiciado por esse grupo faz muito bem para o emocional delas, que, muitas vezes, já está extremamente fragilizado. Todos sabemos que um sorriso tem um enorme pode - elogia a profissional. 

RECONHECIMENTO 

Uma das peças do quebra-cabeças do teatro santa-mariense, a diretora do Theatro Treze de Maio, Ruth Péreyron, acompanha a companhia desde o primeiro ato da peça Goiabada com Queijo. Ela ressalta a importância da trupe para a história da Cidade Cultura e da resistência da arte.
- Parabenizo a Retalhos por essa linda história. Acompanho desde a primeira apresentação. A companhia está presente na história do Treze. O Helquer é um ator e diretor cativante e muito competente. A Retalhos tem uma forma muito específica do fazer teatral. Tanto nas peças infantis, que são maravilhosas, quanto nas peças adultas, que são sempre muito belas, fortes e impactantes - comenta Ruth. 

A secretária de Cultura, Esporte e Lazer de Santa Maria, Rose Carneiro, que também atua na cena como produtora cultural, reconhece a importância de um grupo de teatro local completar um quarto de século de atividades.
- Os 25 anos são Bodas de Prata. Isso para uma companhia de teatro significa a seriedade e a legitimidade da produção local. É pelo trabalho da cadeia produtiva da Cultura que temos em Santa Maria, que a cidade figura como um polo cultural no Estado e no país. Vida longa à Cia. Retalhos de Teatro.  

ATO III - O LEGADO

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Antigos e novos retalhos de ensinamento e teatro

Ao longo dos 25 anos, foram várias as montagens realizadas pela companhia. Alguns textos autorais, com teor educativo, como Alma Valente, que tratava da escassez de água no planeta e do autoritarismo político. Além da mensagem de consciência ambiental, uma crítica social, segundo Aranda, criador e diretor da peça. Outras produções foram adaptações de textos clássicos e, muitas vezes, polêmicos, do teatro nacional, como Os Sete Gatinhos e Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, criados nas décadas de 1940 e 1950. Helquer acredita que ambos seguem atuais e tratam de assuntos tabus e em destaque ainda hoje.
- Com Os Sete Gatinhos ficamos em cartaz de 2015 a 2019 e foi uma das montagens mais polêmicas. Essa obra retrata as máscaras da sociedade caindo. Fala de preconceito, homofobia, incesto, pedofilia e tudo isso escrito há mais de 60 anos. Conta a história de uma família hipócrita que descobre que a filha caçula não é mais virgem. Tudo é tabu, tudo são máscaras. Em Anjo Negro, o tema é racismo, tema que também, infelizmente, é atual.  

Helquer observa que, muitas vezes, a reação do público reflete esses tabus vividos em sociedade. Um deles é a nudez. Em Os Sete Gatinhos, o grupo vai fundo na poesia corporal explorando a nudez coletiva em com o final surpreendente.
- Esse é um assunto muito debatido em festivais. Apesar de ser uma cena poética, em meio ao caos do que está acontecendo, de forma geral, as pessoas se incomodam mais com o nu do que com as situações de pedofilia e de incesto. Essas reações são provocadas por textos fortes como esses e que seguem atuais.  

MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS

Integrantes atuais e ex-participantes da trupe levam na memória lições e aprendizados que tiveram e que os influenciaram dentro e fora do palco, graças à Retalhos. Lúcia Nunes, que começou no grupo e hoje é doutora em Educação e atua na UFSM, destaca a importância da companhia em sua trajetória por encantar o púbico, e, também, por ser influência para atores e atrizes.
- Quantas pessoas passaram pela Retalhos? Quantas alegrias a Cia afetou em crianças, jovens, adolescentes e idosos aqui em Santa Maria? Quantas vontades a Cia despertou nas pessoas que assistiram seus espetáculos a fazerem parte do grupo ou fazer o curso de Artes Cênicas? A cada pessoa que se envolveu, direta ou indiretamente, com certeza, a guarda em suas memórias, afinal são 25 anos de luta, trabalho, seriedade, disciplina, compromisso social, leveza e alegrias tocada nossos corações - avalia a doutora.     

O ator Jeferson Ilha, 41 anos, faz parte do grupo há 15 e atuou em peças como O Beijo no Asfalto e A Intrusa. Ele, que frisa uma das obras, diz que o grupo representa um laço de amor e amizade alicerçado no fazer teatral.
- A Retalhos sempre esteve presente no cenário cultural com projetos e espetáculos relevantes. É muito difícil citar uma peça, porque eu simplesmente adoro estar em processo de criação, ensaiar, apresentar, enfim, fazer teatro. Vou ousar dizer que o espetáculo Romeu e Julieta é o que mais gosto. É uma montagem alegre, colorida, forte, emocionante e engraçada, que pode ser apresentada em qualquer espaço, e, principalmente, porque, desde 2009, nunca parou, continua pulsante e viva como o teatro deve ser.

A arte de criar memórias e de enfrentar crises

Há 15 anos no grupo, Debora Matiuzzi, 38 anos, diz que a Cia. Retalhos de Teatro representa para ela um aprendizado constante.
- Me entendo como artista muito a partir de tudo o que vivenciei na Cia. Retalhos. De todo o coração, é impossível dizer qual peça mais gostei de fazer, porque tenho carinho e entrega em todos os trabalhos. Mesmo os trabalhos mais simples precisam de amor e dedicação ao que está sendo feito. Cada trabalho é um desafio que vai exigir demandas diferentes - comenta a atriz.

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O ator Gelton Quadros, 33 anos, que trabalhou com o grupo em 2008, tem boas lembranças. Ele conta que morava em Cruz Alta na época, e que foi convidado por Helquer para fazer parte do elenco da peça Anjo Negro. Gelton vinha para Santa Maria ensaiar e voltava para sua cidade:

- Isso abriu meus horizontes. Até então, eu só conhecia uma companhia. A partir daí, eu descobri outro tipo de teatro e resolvi fazer faculdade na área. Com muito orgulho, eu saúdo essa companhia. Ela foi a responsável por minha vinda a Santa Maria. Foi aqui que eu construí toda minha rede de conhecimentos. Só tenho a agradecer a eles e desejar muita "merda", como se diz no teatro, e muitos anos. Evoé! 

Uma das mais novas integrantes da Retalhos, Hellen Bohrer, 26 anos, destaca a oportunidade de trabalhar com um grupo experiente.
- É como começar a faculdade, aprender tudo de novo, botar o pé no chão e a mão na massa e fazer aquele teatro de sangue, suor e lágrimas. A Cia atua no presente, na cidade, em festivais, por todo o lugar. Correr atrás, fazer acontecer, tomar teu espaço, se fazer ouvir. A resiliência e a motivação criativa da Retalhos, que está sempre fazendo arte e cultura, é uma filosofia de vida. Sou grata a toda essa sabedoria e paixão da Cia. É uma honra poder fazer parte dessa história, e adicionar a essa longa colcha de retalhos - afirma a atriz. 

A ARTE E O NOVO NORMAL 

A pandemia do novo coronavírus não impediu a Cia. Retalhos de Teatro de seguir trabalhando. Julio Cesar Aranda explica que os editais propostos pela prefeitura ajudaram a Cia. nas finanças. Isso pelo fato de remunerar os artistas e grupos de teatro que adaptaram suas propostas artísticas e as apresentaram de forma remota. Assim, o trabalho seguiu mesmo à distância, tanto que Aranda divide a direção do novo espetáculo com a atriz e diretora Alexia Karla que mora no Rio de Janeiro.  

PROJETOS ATUAIS 

A Cia. Retalhos se prepara para escrever mais uma página dessa história que não tem data para acabar.  Depois de se aventurar no cinema, com o curta Às 6h da Tarde, que foi agraciado no 10º Santa Maria Vídeo e Cinema com os troféus de Melhor Ator, para Helquer Paez, e Melhor Direção de Arte, em 28 de novembro, estreia, pelo projeto Treze: O Palco da Cultura, o monólogo Às 6h da Tarde, também encenado por Helquer Paez, com direção de Alexia Karla e Julio Cesar Aranda.   

Para celebrar os 25 anos de história da trupe, Helquer, Alexia e Hellen estão captando depoimentos para montar um documentário sobre a história da Retalhos. Porém, o projeto está paralisado temporariamente em função da pandemia.

Em toda a história, são diversas as montagens de espetáculos e premiações que a Cia. Retalhos de Teatro produziu e conquistou. A cada novo elenco, um novo frescor ao texto. Em tantas peças, a Retalhos contou com a parceria de outras companhias como o Teatro Por Que Não?, Teatro Candeia e alunos de Artes Cênicas da UFSM.
Atualmente, a Cia. Retalhos de Teatro é formada por Helquer Paez, Julio Cesar Aranda, Débora Matiuzzi, Rafaela Drey Costa, Jeferson Ilha, Will Dias, Victor Lavarda, Camila Marques, Alexia Karla, Carolina Reichert e Hellen Höher Bohrer.

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